Autores:
Francisca
Sirino dos Anjos de Medeiros e
Joelma Bezerra dos Santos Correia
JUSTIFICATIVA: O
presente trabalho revela a necessidade de buscar
novos caminhos para motivar os alunos quanto as suas produções escolares no que
se refere à leitura e a escrita. Esses
caminhos apontam para algo mais moderno e prazeroso e que desperte de fato o
interesse deles. Neste sentido, a técnica do stop motion (animação em vídeo)
apresenta-se como uma proposta para alfabetizar alunos de 9 a 14 anos do
4º e 5º ano do ensino fundamental I da Escola Municipal Professora Maria Dalva
Gomes Bezerra no Programa Mais Educação, nas oficinas de Letrameto.
A escola Maria Dalva implementou em
suas atividades pedagógicas o programa O Caráter Conta que tem como proposta
trabalhar os seguintes pilares: sinceridade, respeito, cidadania, zelo, senso
de justiça e responsabilidade. Diante desta proposta, O Mais Educação também
aderiu a este trabalho por ele contribuir para a formação dos sujeitos a nível
conceitual, procedimental e atitudinal, tendo em vista, a alfabetização com
ênfase no letramento.
Neste trabalho os alunos podem apreciar a técnica
do stop motion feito por outros grupos, produzir roteiros, confeccionar e
fotografar cenários, gravar áudios e editar as suas produções abrindo espaço
para outras possibilidades de atividades como: roda de conversas, reflexão da
escrita com o uso de dicionários e também de sua realidade social, além de
listagem de palavras e leitura dos pilares do programa O Caráter Conta.
OBJETIVO GERAL:Alfabetizar alunos do 4º e 5º ano do ensino fundamental I com ênfase no letramento. ESPECIFICOS: Proporcionar momentos de interação que possibilitem o desenvolvimento de atitudes de solidariedade e cooperação com base nos pilares do programa o caráter conta/ Construir roteiros/ Refletir sobre a escrita dos roteiros/Confeccionar cenários/Gravar áudio/ Fotografar os cenários/ Editar as produções
OBJETIVO GERAL:Alfabetizar alunos do 4º e 5º ano do ensino fundamental I com ênfase no letramento. ESPECIFICOS: Proporcionar momentos de interação que possibilitem o desenvolvimento de atitudes de solidariedade e cooperação com base nos pilares do programa o caráter conta/ Construir roteiros/ Refletir sobre a escrita dos roteiros/Confeccionar cenários/Gravar áudio/ Fotografar os cenários/ Editar as produções
LOCAL
E PERÍODO DE REALIZAÇÃO, PÚBLICO ENVOLVIDO, OBJETO DA PESQUISA: O trabalho com a Técnica do stop motion nas
oficinas de letramento do Programa Mais Educação ocorreu na Escola Municipal
Professora Maria Dalva Gomes Bezerra, situada no Conjunto Gramoré na zona norte
desta capital, no período de junho a agosto de 2010. A referida atividade
aconteceu com os alunos do 4º e 5º ano do ensino
fundamental I com idades entre 9 a 14 anos que apresentam
dificuldades quanto à leitura e a escrita.
METODOLOGIA: O presente trabalho foi desenvolvido
na Escola Municipal Professora Maria Dalva Gomes Bezerra, localizada na cidade de Natal-RN, no período de
junho a agosto de 2010 foram produzidas três animações em vídeo envolvendo 31
crianças de ambos os sexos com idades que variam de 9 a 14 anos do 4º e 5º ano
do Ensino Fundamental I. As demais crianças que participam do programa estão
com os seus trabalhos por finalizar.
Para a realização desta proposta
houve a participação expressiva da coordenação pedagógica do Programa Mais
Educação e das monitoras de letramento e pintura seguida da colaboração de
outros.
O Programa Mais Educação na Escola Maria Dalva funciona
atendendo a 100 alunos no contra turno do ensino regular, onde os mesmos
participam de atividades de três macrocampos: acompanhamento pedagógico
(letramento e matemática), esporte e lazer (voleibol e karatê), cultura e artes
(leitura e canto coral).
Oito grupos trabalharam nesta proposta,
desses, três concluíram em agosto as produções na técnica de stop motion enviando os seus
materiais para concorrerem à festival na categoria animação, dois grupos
produziram cenários e fotografaram faltando à gravação de áudio e edição e em
fase de fotografia, revisão de cenário, gravação de áudio e edição há três
grupos.
Os
instrumentos utilizados neste trabalho consistiram de: formação da coordenação
pedagógica quanto à técnica do stop motion direcionada a prática escolar,
planejamento junto às monitoras de letramento e pintura, acompanhamento dos
grupos de alunos e observações quanto à construção de roteiros, confecção e
fotografia dos cenários, gravação de áudios e edição de suas produções.
Nas oficinas de
letramento os alunos tiveram a oportunidade de trabalhar em grupo e em unidade
na busca de um objetivo único: a construção de roteiro, constituído de
personagens e elementos, para enfim, compor um cenário e confeccionar o stop motion
de seus grupos, tendo por base os pilares do Caráter Conta. Outras atividades também foram
realizadas como: roda de conversas, reflexão da escrita com o uso de
dicionários e também de sua realidade social, além de listagem de palavras e
leitura dos pilares do Caráter Conta.
Quanto à formação na
técnica de stop motion ela é destinada a professores da Rede Municipal de
Educação da Cidade do Natal, através do Núcleo de Tecnologia Educacional do
Natal (NTE), que atende a estes profissionais para atuarem como multiplicadores
na própria escola. A atuação da coordenadora pedagógica aconteceu diretamente
com as monitoras do Mais Educação no planejamento e com os alunos
acompanhando-os e orientando-os nas suas
produções.
Os roteiros foram trabalhados em
grupo na oficina de letramento e após os alunos assistirem e discutirem a
respeito de algumas animações de vídeo produzidas por alunos do NTE. Para a
construção dessa proposta os alunos tiveram como base os seis pilares do
Programa O Caráter Conta. Dessa forma foi possível orientar os alunos para que
escolhessem um dos pilares anteriormente discutidos no âmbito escolar. As
crianças ao produzir o seu roteiro tiveram a oportunidade de discutir em grupo,
decidir sobre o titulo e enredo da história, além de revisar o seu texto
fazendo o uso de dicionários e refletindo sobre a situação pensada para o
roteiro.
Outra possibilidade de atividade
realizada foi à listagem de palavras relacionada aos textos produzidos pelos
alunos oportunizando reflexões sobre a importância da escrita dos roteiros para
esta atividade e da constituição dessas palavras.
Os cenários foram construídos a
partir da confecção dos roteiros em grupo, na seqüencia as crianças aprenderam
a manusear máquinas digitais para fotografar os seus cenários e os bastidores
da oficina. A gravação, por sua vez foi realizada sob orientação e num espaço
da escola com menos ruído. Já a parte de edição aconteceu no Centro Municipal
de Referência em Educação (CEMURE) por falta de equipamento compatível na escola
para editar as produções.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: A formação inicial da coordenadora pedagógica em stop motion instigou-a na busca de mais conhecimentos para aprimorar a técnica participando em seguida de outros cursos como: fotografia digital e produção de vídeo resultando numa capacitação que possibilitou acompanhar e orientar as monitoras e alunos do Programa Mais Educação. Esses conhecimentos se refletiram num melhor enquadramento das imagens produzidas.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: A formação inicial da coordenadora pedagógica em stop motion instigou-a na busca de mais conhecimentos para aprimorar a técnica participando em seguida de outros cursos como: fotografia digital e produção de vídeo resultando numa capacitação que possibilitou acompanhar e orientar as monitoras e alunos do Programa Mais Educação. Esses conhecimentos se refletiram num melhor enquadramento das imagens produzidas.
Para a produção dos roteiros foi
trabalhado junto aos alunos, a sua relevância como elemento principal de um bom
filme sendo responsável por nortear as demais atividades desta proposta como:
confecções dos cenários, fotografias, gravações de áudios e edições. Na
confecção dos cenários era preciso fazer a releitura dos roteiros para a
composição dos elementos: personagens, ambientes, dentre outros.
Os alunos tiveram a oportunidade de
trabalhar com diversos materiais industrializados: arame, massa de modelar
dentre outros, assim como reaproveitaram caixas de papelão e retalhos de
papéis. Vale acrescentar que os roteiros foram utilizados em todas as etapas do
trabalho, possibilitando reflexões acerca da idéia principal e proporcionando
aos alunos o prazer em ler as suas próprias produções.
Com relação às fotografias os alunos
foram orientados quanto ao enquadramento tanto das fotos dos cenários quanto
das fotos de bastidores (fotos dos alunos
produzindo o stop motion). É importante frisar que todos os componentes
do grupo participaram desta etapa revezando entre si.
Quanto à gravação do áudio os alunos
tinham que consultar os seus roteiros e ver em loco as falas dos personagens,
para assim, reproduzi-las. Essa etapa foi de suma importância, pois
possibilitou ao aluno protagonizar e vivenciar todo o processo.
A edição ocorreu no espaço do CEMURE
por falta de equipamento adequado para editar os trabalhos na escola, apenas
alguns alunos foram selecionados para participar desta etapa. Quanto ao
critério de seleção teve como base a participação e liderança. Essa seleção aconteceu
pela dificuldade de viabilizar um transporte para levar todo o grupo em tempo
hábil.
Com relação à edição ela foi
orientada pela professora do curso e acompanhada pela coordenação do Mais
Educação da escola Maria Dalva. Assim, as etapas ora mencionadas proporcionaram
aos alunos o contato com as novas tecnologias, favorecendo a construção de um
novo conhecimento.
PROGRAMA MAIS EDUCAÇÃO E LETRAMENTO: Pensar
o letramento nas atividades do Programa Mais Educação é pensar numa proposta
que incentive, cative e surpreenda os alunos, é inovar para alcançar os
objetivos, tendo em vista, que as crianças participantes desta ação apresentam
serias dificuldades quanto à leitura e a escrita. Desta forma, os usos das
novas tecnologias permitem uma aproximação maior com os alunos, já que os
mesmos demonstram certa familiaridade com equipamentos eletrônicos. De acordo
com Brasil (2009, p. 13):
O programa Mais Educação propõe uma
metodologia de trabalho capaz de fazer dos programas de governo que integram
esta ação um instrumento sensível de produção de conhecimento e cultura, pois
considera a diversidade dos saberes que compõem a realidade social brasileira.
Sendo assim, essa metodologia não pretende apresentar um modelo; ao contrário,
quer compor diversos modelos porque nasce da riqueza de saberes existentes no
Brasil.
O
programa, no entanto, sinaliza a diversidade existente em nosso país
considerando-a e permitindo a composição de vários modelos. Neste entendimento,
buscaram-se as novas tecnologias por acreditar nas várias possibilidades de
leitura e escrita que ela permiti. Sendo assim, o trabalho com o stop motion
(animação em vídeo), colaborou com uma produção viva que dialoga com os
sujeitos. Franchi (2006, p.49-50), afirma:
É necessário, ainda, lembrar que a
linguagem se constrói e se interpreta em situações dialogais reais, isto é,
quando o tema, o modo, a forma da conversa e a própria conversa resultam de uma
conveniência vital [...] para que a linguagem se desenvolva, sobretudo, com
criança, é fundamental que ela se enraíze na cotidianidade, na vida, em temas e
questões que façam sentido no aqui e agora.
Desta
forma, o programa na escola Maria Dalva busca delinear o seu fazer por
acreditar que os alunos necessitam conhecer, refletir e inquietar-se com o
mundo a sua volta. Produzir um texto da vivência, das lembranças e de detalhes
é propiciar ao aluno, a contextualização desse aprendizado e o contato dinâmico
com as várias linguagens. Para Carneiro (2002, p. 65):
Nossa sobrevivência, enquanto
indivíduos inseridos num determinado contexto histórico – e por sobrevivência
entenda-se não apenas o aspecto material, mas a permanência de nossos pequenos,
grandiosos, assumidos ou secretos sonhos – depende não apenas de nossa
capacidade de leitores de palavras, mas de nossa firmeza enquanto leitores de
outras linguagens.
A
afirmação de Carneiro quanto à relevância do individuo ser leitor de outras
linguagens além da palavra propriamente dita remete aos sujeitos a necessidade
de buscar novas possibilidades de produção.
Quando um sujeito produz um roteiro
ele evoca os seus conhecimentos, as suas expectativas, enfim, as suas
intenções. Ferreiro (2001, p. 33), alerta sobre a escrita na escola: “A escrita
transformou-se em um instrumento para passar de ano. É preciso sermos enfáticos: a escrita é importante na escola
pelo fato de que é importante fora da escola, não o contrário.”
Diante
das afirmações anteriores é preciso repensar a leitura e a escrita na escola
lembrando que elas não são produtos unicamente escolares, mas que vivem na
sociedade e interagem com vários interlocutores e são instrumentos preciosos
que refletem os costumes e a vida dos povos. Alfabetizá-los numa perspectiva do
letramento é visualizar todas as questões que permeia a sociedade é permitir um
ensino-aprendizagem capaz de
conduzir os sujeitos a repensarem o seu papel e a sua importância no mundo
social.
O CARÁTER CONTA E SUAS POSSIBLIDADES DE
LEITURA: Viver e conviver em sociedade são
tarefas que exigem tolerância e respeito mútuo, tendo em vista, as questões
culturais, sociais e filosóficas de cada um. Na escola não é diferente, por
esta razão, os sujeitos precisam conhecer a si, os espaços que estão inseridos e
seus limites.
Aderir à proposta do programa O
Caráter Conta é possibilitar uma reflexão a cerca da vida e conseqüentemente
das ações dos sujeitos nos ambientes coletivos por trabalhar os seis pilares: sinceridade, respeito, cidadania,
zelo, senso de justiça e responsabilidade.
Pilares esses que colaboram com a
leitura da realidade dos indivíduos. Sendo assim, vivenciar ações positivas de
cidadania ou mesmo de zelo para com o âmbito escolar favorece no aluno a construção
de valores. Brasil (2001, p. 32), revela como deve ser a postura da escola
diante das questões éticas: “[...] a reflexão sobre as diversas faces das
condutas humanas deve fazer parte dos objetivos maiores da escola comprometida
com a formação para a cidadania.”
Contudo, trabalhar a formação do
cidadão através do Programa O caráter Conta na escola é de fato ampliar os
espaços de discussão, tendo em vista, que este conteúdo pode ser destinado a
todos os segmentos da escola.
CONCLUSÃO: O trabalho desenvolvido
contribuiu para uma alfabetização com ênfase no letramento possibilitando uma
reflexão mais profunda, a respeito dos pilares do Programa O Caráter Conta,
sendo constatado através das produções dos alunos como também nos discursos e nas
ações diárias.
Produções estas que
refletiram a realidade social em que estão inseridos os sujeitos sejam
relacionadas ao trânsito, meio ambiente, a cidadania dentre outras propostas
construídas pelos alunos.
O stop motion se mostrou
como uma ferramenta pedagógica, que colaborou com a leitura e a escrita e nesta
proposta os resultados obtidos demonstra que o processo e aquisição da leitura
foram impulsionados e favorecidos, uma vez que os sujeitos envolvidos
desenvolveram uma leitura da realidade social, econômica e política numa
perspectiva do letramento.
O letramento que tem por objetivo
desenvolver a função social da língua portuguesa foi pensado de forma a
integrar os sujeitos nas novas tecnologias muito embora a escola não disponha
desse aparato tecnológico compatível para a realização deste trabalho.
REFERÊNCIAS:
REFERÊNCIAS:
BRASIL. Ministério da Educação.
Secretaria da Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais (PCNs). Ética. 3 ed. Brasília:
MEC/SEF, 2001.
_______. Ministério da
Educação. Redes de saberes mais educação:
pressupostos para projetos pedagógicos de educação integral: cadernos para
professores e diretores de escolas. 1 ed. Brasília, 2009.
CARNEIRO, Flávio
Martins. Leitura e Linguagens. In: YUNES, Eliana. (org). Pensar a leitura: complexidade. Rio de Janeiro: Ed. PUC - Rio. São
Paulo: Loyola, 2002.
FERREIRO, E. A alfabetização como problema teórico e
político. In: FERREIRO, E. Cultura escrita e educação: conversas
de Emília Ferreiro com José Antônio Castorina, Daniel Goldin e Rosa Maria
Torres. Porto Alegre: ARTMED, 2001, p. 15-53.
FRANCHI, Eglê Pontes. Pedagogia da alfabetização: da
oralidade à escrita. 8 ed. São Paulo: Cortez, 2006.
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