segunda-feira, 26 de abril de 2010

ABC CAMPEÃO 2010


Fotografia de Paulo Nunes. ABC Campeão 2010.

domingo, 25 de abril de 2010

Ensaio fotográfico na fazenda bom jardim

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A FOTOGRAFIA NA SALA DE AULA




Professora Elizete Arantes

NTE-Núcleo de Tecnologia Educacional do Natal


Inicio este texto com uma citação de Etienne Samain (2005), “As fotografias gostam de caçar na escuridão de nossas memórias. São infinitamente menos capazes de nos mostrar o mundo que de oferecê-lo ao nosso pensamento.” A fotografia é testemunha da história do mundo e exerce um grande poder de sedução na percepção estética, estimula a sensibilidade e exerce uma grande influência no nosso imaginário.

A fotografia é arte visual e é também um produto cultural e histórico, por isso supõe um espectador. Este, ao olhar uma fotografia, mantém uma relação com ela. Assim, fica claro que a atenção visual é um fator determinante na relação entre a fotografia e com quem a observa.



A fotografia é um texto e para ser compreendida tem que ser lida. Para que aconteça a leitura da imagem o aluno precisa conhecer os códigos da linguagem visual para que possa estabelecer uma relação com o mundo e assimilar as informações sobre o mesmo.

Ao utilizar a fotografia na sala de aula, o professor deve estimular seus alunos a ter sensações específicas, e ao observarem as fotografias propostas devem instigar a produzir novas imagens, sendo assim, cada aluno estará disposto a construir a imagem, da mesma maneira que a imagem irá construí-los.


Ao ser utilizada como recurso didático-pedagógico, a fotografia auxilia os alunos na maneira de ver o passado, uma imagem ‘congelada’ de uma situação ou espaço físico inserido na subjetividade de um realismo virtual.

A observação da fotografia faz com que o espectador reconheça alguma coisa na imagem que ele vê. A Fotografia é memória e com ela se confunde. É algo que ele sabe que existe ou existiu na realidade. Isso ativa a memória, causando-lhe um prazer específico. A este processo Aumont (2005) chama de ‘esquema’, ou seja, o processo da rememoração pela imagem.

A imagem existe na medida em que o seu espectador a percebe e a compreende, através de um conjunto de atos perceptivos e psíquicos. O professor poderá discutir esse aspecto com seus alunos em sala de aula. Isso se deve ao fato da percepção visual ser um processo quase experimental, ou seja, supõe expectativas e hipóteses que necessitam ser verificadas ou anuladas.

O professor pode estimular seus alunos a formarem um pensamento visual através da fotografia, ou seja, fazer com que discutam o que compreenderam sobre a fotografia apresentada, pois esta também possui um caráter ilusório, sendo mero reflexo da nossa imaginação, da maneira como queremos representar o mundo, a realidade. O professor poderá também ensinar os seus alunos a serem fotógrafos, a reproduzirem as aparências visíveis da realidade. Assim, os alunos poderão ter a chance de exprimir essa realidade, participando ativamente das imagens-mundo.

Referencias:
AUMONT, Jacques. A imagem. 10. Ed.Campinas: Papirus, 2005.
BELLOUR, Raymond. Entre-imagens: foto, cinema, vídeo. Campinas: Papirus,1997.(coleção Campo Imagético).
FISCHER, Rosa Maria Bueno. Televisão e educação: fruir e pensar a TV.2.ed.Belo Horizonte:Autêntica,2003. (coleção temas e educação, 1).
SAMAIN,Etienne. O fotografico. 2ª edição-São Paulo: Editora Hucitec/Editora Senac São Paulo, 2005.

Ensaio fotográfico no parque das dunas (bosque

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sexta-feira, 23 de abril de 2010

O Bem e o Mal

Ficha Técnica:
Roteiro/imagens /fotografia/áudio
Márcia Le Sénéchal
Orientação e edição de imagem
Elizete Arantes

Sinopse

O Bem e o Mal é uma reflexão do que Brasília pode representar para cada individuo. Lembremos que para uns a capital do país pode ser um lugar apenas de turismo, para outros de roubalheira, e para muitos um lugar de justiça e conquistas sociais.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

NA TRILHA DA VIDA

NA TRILHA DA VIDA
Ficha Técnica:
Roteiro/fotografia/áudio
Altemar Ariostene Solon, Joelma de Melo Cavalcante, Maria Lúcia Ferreira
Edição:
Altemar Ariostene Solon
Orientação: Elizete Arantes
Sinopse:
A pequena experiência em Stop Motion trata da história de uma jovem que no final da década de 1990 passou no vestibular para a UNB e teve que se transferir com todos seus pertences para a capital do País. Ao chegar em Brasília conheceu um rapaz na universidade que logo se tornou seu esposo. Ela hoje mora em Natal-RN, no entanto, lembra-se com muita alegria da primeira pessoa que conheceu em Brasília: sua futura e atual sogra.



terça-feira, 13 de abril de 2010

LIMITAÇÕES


LIMITAÇÕES

Newton Navarro -1953



Tenho um Verso na mão direita
E na esquerda meu coração .


De propósito
Arranquei do meu corpo
Todas as razões maiores
Para que meus sentimentos ficassem guardados escuros.
Fiquei mais adiante
Dos meus limites.

Defronte do meu rosto
A casa-grande da infância.
(Dizem que a minha inocência ficou lá dentro, entre crótons,
Avencas e sombras de mangueiras).

Sob meus pés
Palpitam todos os caminhos:
As aventuras,
As estradas,
As ruas que percorri.

Atrás de mim
Um tempo inconcluso
Onde é sempre tarde,
Com sinos,
O impreciso horizonte de uma rua
E os olhos de uma figura,
Tristíssimos, como um santo.

Se adiantar mais a mão esquerda,
Tenho porções de mistério,
O desconhecido
Mapa azul se agitará,
E as cidades principiarão a existir.

Mas,
Penso no meu coração e estou imóvel.



Assim
Desenho um gesto
Somente,
Com a mão direita,
Como quem fosse indicar um rumo
Chamar um amigo ou simplesmente sentir
O crescimento de uma planta.

E no meu gesto
Vai o meu verso.

Enquanto o coração
Fica em seu misterioso canto,
Entre os mesmos limites,
Esperando que um dia, Toda a cidade, Com o mesmo displicente aceno, Me aponte as direções de minha origem.

Até então...





(Poema extraído do primeiro livro de poemas “ Subúrbio do Silêncio” publicado originalmente em 1953).

A Cadeira - Poema de Newton Navarro-1953






A Cadeira
(A Moça Sentada)
Março - 1953





O alto corpo se curva,
Quebram-se as linhas
E partidas formas lentas
Se debruçam.
Do vivo traço que era
De pé, como haste erguido
Em três planos se dispersa.
Vivos olhos, agudamente,
Percorrem a sala sem lume.
Dois seios pulsam, solenes.
As mãos uma flor seguram
Suspensa sobre o regaço
E o sexo e a flor se ocultam
No sem espaço da curva.
Pernas suspendem ligeiras
Os pés, e as alpercatas
Caem no vazio onde foram
Sólidas raízes do corpo
Que a cadeira despedaça.
E na sombra,
Sem movimento,
Todo o corpo adormecido
Sobre o corpo da cadeira
Mulher de amor ausente
Talha na sombra envolvente
Vivo relevo de carne
Inútil sobre a madeira.

Cantiga para fazer Paçoca




Newton Navarro (1964)

Dois, dois
O pilão batucando
Dois, dois
A pancada a soar
Dois, dois
Duas mãos arremessam
Dois, dois
Outra mão para o ar
Dois, dois
Na madeira furada
Dois, dois
A farinha a pisar
Dois, dois
Carne seca moída
Dois, dois
No pilão a socar
Dois, dois
Mandioca plantada
Dois, dois
Farinhada desfez
Dois, dois
Carne ao sol espetada
Dois, dois
Carne verde de rês
Dois, dois
Mandioca em farinha
Dois, dois
Carne ao sol ressecou
No pilão misturadas
Dois, dois
Em paçoca virou
Dois, dois
Meu irmão, camarada,
Dois, dois
Se abanque pra cá
Dois, dois
Seu café no caneco
Dois, dois
Pra paçoca provar
Dois, dois
E também não se esqueça
Dois, dois
De outra coisa dizer
Dois, dois
Sem banana a paçoca
Dois, dois
Não adianta comer
Dois, dois
E assim explicada
Dois, dois
Na toada ficou
Dois, dois
A paçoca gostosa
Dois, dois
Que Sinhô Rei me mandou!


Nota
Newton Navarro, pintor, jornalista, poeta, orador, escreveu na praia de Redinha, Natal, em junho de 1964, essa toada da paçoca no velho ritmo de "bater caçula", sacando a carne e a farinha com cebola vermelha, nas batidas alternadas das mãos sapientes, mantendo contemporânea uma solução brasileira do século XVI.

Conforme Teodoro Sampaio, in O tupi na geografia nacional, 3ª ed., Bahia, 1928, "à carne ou peixe pilado e misturado com farinha davam o nome pó-çoka, que quer dizer pilado a mão ou esmigalhado a mão".

(Em Cascudo, Luís da Câmara (org.). Antologia da alimentação no Brasil. Rio de Janeiro, Livros Científicos Técnicos, 1977)

Quarta aula de fotografia digital

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sábado, 10 de abril de 2010

Perfil da poetisa Sírlia Sousa de Lima



Sírlia Sousa de Lima é Pedagoga e escritora, escreve em prosa e também em literatura de cordel. Atua na Educação Infantil do Município de Natal lançando neste ano de 2009 seu 3º livro, sendo dois na categoria infantil e um livro de poesias. Seu olhar poético permite penetrar o universo infantil por meio dos personagens que estabelecem uma ponte entre o real e o imaginário.

A ponte do Artista


A ponte do Artista


Autora: Sírlia Sousa de Lima


Estou passando na ponte,
Na ponte de cimento e brita,
E todo mundo se agita,
Querendo nela passar
Sou um pássaro que sai do ninho,
Porque o meu caminho,
A ponte vai encurtar.
Essa passagem me fascina,
Só porque aqui de cima,
Eu sigo em frente ao mar,
O mar tão esverdeado,
Fica todo perolado,
Com o brilho do sol reluzente,
Eu vejo a estrela cadente,
Brilhando em cima do rio,
Rio que passa ao meu lado,
E eu todo encantado,
Fico gerando assobio.
Vendo o mar calmo e bravio
E eu a cantarolar.
Cantando na ponte de aço,
Meus versos eu mesmo faço,
Não preciso encomendar.
Vou seguindo alegremente,
Seja a pé ou de carro,
Na ponte Newton Navarro,
Que também era um artista,
Vai deixando em cima da pista,
A poesia passar,
Passar como passa o vento,
Vento que traz a brisa,
Imagem que eterniza,
A beleza do lugar.

NEWTON NAVARRO: O HORIZONTE EM TELAS


NEWTON NAVARRO: O HORIZONTE EM TELAS

Autora: Sírlia Sousa de Lima


Tudo o que eu admiro
Encanta-me e eu narro
Vou falar desse artista
Que foi Newton Navarro
Imortalizado na Ponte
Que não foi feita de barro

Poeta bem Nascido
Em Natal, no Grande Ponto
Na Avenida Rio Branco
Pra você agora eu conto
Foi um artista completo
Eu não te desaponto

Desde que era criança
Já se podia notar
Os irmãos com velocípedes
E ele o chão a riscar
As impressões de sua arte
Que iria desabrochar

Elpídio Soares Bilro
Foi seu incentivador
Além de ser seu pai
Também era escultor
Seja em ferro ou madeira
Ele era criador

Sua mãe pela arte
Também tinha admiração
Professora primária
Era a sua profissão
A arte é companheira
De quem faz educação

A arte de Navarro
Poucos sabem de onde vinha
Desde a sua infância
Visitava a Redinha
Onde passava as férias
Brincava de manhãzinha

Newton ficava quieto
Sempre a observar
O belo da natureza
Que ele iria pintar
Achou tudo perfeito
E quis logo registrar

Porém Newton Navarro
Pintava fazendo cortes
Seus traços bem marcantes
Suas cores eram fortes
Eram quadros muito belos
Da natureza recortes

Newton era um artista
Com grande capacidade
Trilhou muitos caminhos
Da arte com liberdade
E por meio da pintura
Representou a realidade

Como todo artista
Newton tinha seu diferencial
Via no ser nordestino
Algo fenomenal
Era um ser vitorioso
Um lutador sem igual

Nas telas de Navarro
Tinha algo marcante
Pintava sempre o Sol
Amarelo, forte, brilhante
A brilhar na pele do povo
Com seu calor escaldante

O sol representava a vida
Do nordestino radiante
Que não foge do trabalho
Que não acha entediante
E em busca do sustento
Por isso é um ser marcante

Pintava os lugarejos
Da cidade de onde vinha
Pintava os gatos na rua
Casa, prédio, igrejinha
Tudo foi captado
Em seu traço e linha

Navarro em outros lugares
Não achou inspiração
Somente a cidade Natal
Inspirou seu coração
Olhando as jangadas no mar
Ouvindo do vento, a canção
Os quadros de Navarro
Causam-nos encantamento
Sobressaltam nosso olhar
Com tanto desprendimento
De fazer representar
Vida, arte, movimento.



Sem perceber com Pedrinho
Navarro fez um elo
Amava o Rio Potengi
Um visual muito belo
De um quadro da Natureza
Estabeleceram paralelo

Ele era apaixonado
Por sua cidade Natal
Pintava ruas e becos
Pescador, mulher, animal,
Ele era muito simples
Não queria ser o tal

A cultura popular
Em suas telas retratou
Desde as danças populares
O futebol também pintou
Sua obra é vasta
E é belo o que criou

Quando a arte surge
Dentro de nós é assim
Navarro usava aquarelas
Tinta guache, nanquim
A memória visual
Despertava-se enfim

O Talento de Navarro
Ninguém pode apagar
Se retirarem as cores
Muita arte vai restar
Não vai ter diferença
O grafismo vai durar

Referências

ARANTES FILHA, Elizete Vasconcelos. Devaneio do olhar: uma experiência de produção e leitura da imagem através do vídeo na prática pedagógica. Dissertação de mestrado. Dep. De Educação/UFRN/2004. P.185
ARANTES FILHA, Elizete Vasconcelos. NEWTON NAVARRO. O artista que virou ponte na cidade do sol.
http://elizetearantes.blogspot.com/search/label/Newton%20Navarro/

Newton Navarro pelas lentes da Infância



Newton Navarro pelas lentes da Infância

Autoras: Mª da Conceição da S. C. Borges
conceicaoscb@hotmail.com
Sírlia Sousa de Lima
sirlialima@hotmail.com


O trabalho a ser apresentado é um relato de uma experiência vivenciada com um grupo de crianças entre 4 e 5 anos e meio de idade, desenvolvida no Centro municipal de Educação Infantil Pe Sabino Gentille, instituição educacional pública situada na cidade do Natal/RN.

Nossas atividades pedagógicas são sistematizadas através de projetos de trabalho, tendo neste ano de 2009, o tema integrador: “Eu criança e minhas tradições culturais e sociais”, com o propósito de resgata atividades que sejam próprias do mundo lúdico e do imaginário da criança e que auxiliem na formação de uma identidade autêntica e respaldada em valores éticos necessários ao cidadão consciente do seu papel na construção da sua história e da história do outro, a partir do sub tema: “Newton Navarro pelas lentes da Infância” buscamos valorizar ainda mais as experiências das crianças tendo como principal objetivo a conscientização da necessidade de preservação do Meio Ambiente. “Um projeto é uma atividade instrucional. Num projeto, a responsabilidade e a autonomia dos alunos são essenciais. A autenticidade é uma característica fundamental de um projeto. Um projeto envolve complexidade e resoluções de problemas”. (LEITE, 1996, p. 32)

Nesse sentido, desenvolvemos rodas de conversa com as crianças para dar início ao novo projeto de trabalho. A partir das experiências de troca que as crianças demonstraram umas com as outras, relatando características de sua casa, rua e escola, percebemos que elas possuem muitos conceitos e conhecimento acerca do ambiente e de sua degradação, mas observamos através de sua fala a possibilidade de transformar, recriando, assim, o seu espaço. Esse movimento de (re) criação pode ser positivo ou negativo, isso dependerá tão somente da compreensão que o indivíduo tem sobre o meio que o rodeia, além é claro, das situações de aprendizado através da parceria escola e família.

Ao vivenciarmos momentos de apreciação e valorização de um determinado fato local, catalisamos sentimentos de respeito e cuidado com o ambiente a nossa volta, no intuito de questionar o grupo quanto às ações que o ser humano tem com a natureza. Iniciamos nossas pesquisas através da fala de um aluno, que após a realização de uma atividade de recorte colagem, reclamou a professora da quantidade de lixo que tínhamos produzido naquele momento. Logo em seguida a professora chamou o grupo para conversar e juntos chegamos a conclusão de que era necessário gastar menos folhas de revistas e de papel comum preservando com isso muitas árvores que poderiam ser derrubadas numa simples atividade.

Dias depois, o assunto foi levado para o momento do planejamento das professoras, que se sensibilizaram com o olhar da criança sobre a situação da sala de aula passada. Por outro lado, encontramos dificuldades em encaixar no tema do projeto de trabalho seguinte que por sua vez priorizava a arte (pinturas, colagens nas folhas de papel). Estávamos prontas para selecionar o novo tema, o artista a ser pesquisado dentre outras situações necessárias para a execução do trabalho. No entanto, a fala da criança desvelou um importante tema de estudo, no qual tivemos a oportunidade questionar nossas práticas pedagógicas, além de estabelecer uma reflexão necessária sobre o meio ambiente diante de nossas práticas do dia a dia.

No decorrer do projeto, desenvolvemos atividades que compuseram uma seqüência didática. Foram elas: diálogo investigativo; levantamento de hipóteses; busca de dados em livros, revistas, e internet; produção de registros coletivos e individuais; momentos de socialização e discussão das produções artísticas, textuais e dramatizações realizadas pelo grupo.

Com isso, para subsidiar nossas pesquisas escolhemos algumas imagens de meio ambiente que as crianças conhecessem, dentre as figuras uma chamou a atenção de todos por sua beleza e por conhecer a grandiosidade da obra no olhar dos pequeninos. A Ponte de todos, ou Ponte Nova como disse alguns. Na verdade, se tratava da Ponte de Todos Newton Navarro. As crianças ficaram eufóricas, falavam o tempo todos de seus passeios com seus familiares e do momento que estavam na parte mais alta da ponte. Nesse momento, a professora aproveitou o tema e solicitou as crianças que pesquisassem sobre o Newton Navarro através de bilhete no caderno direcionada aos pais e responsáveis.

A pesquisa em casa não teve tanto êxito como esperado, mas nas rodas de conversa mostramos para as crianças algumas imagens do artista, e relato do que ele tinha feito para receber a homenagem e ter seu nome em uma obra tão importante para o desenvolvimento de nossa cidade.

Abordamos as características principais da obra, localização, tamanho, cores, formas e a sua utilidade para as pessoas. Outro ponto importante, colocado pela professora diz respeito às paisagens que contemplam a Praia da Redinha, Forte dos Reis Magos e principalmente o Rio Potengi. Relacionando-as a vida do artista que tinha verdadeira admiração pelo Rio e pelas pessoas daquela região.

Esse momento foi importante, ao passo que foi colocado ao grupo as paixões da vida de Navarro (Futebol e pela característica de nosso povo), buscando entrelaçar as imagens imortalizadas por ele em suas obras, com as cenas do nosso cotidiano de desrespeito a natureza, principalmente ao Rio Potengi colocamos em questão o que era preciso fazer para reverter esse quadro.

Através desse olhar de indignação que se configurou nos olhos dos pequeninos, traçamos a princípio um passeio pelos arredores da escola investigando nossas próprias ações e os cuidados com o lixo. Caminhamos pelo campinho que se localiza em frente à escola, nos deparamos com o sol forte, e as crianças questionaram dizendo: “Tia não tem nenhuma árvore aqui?! - Thawam 5 anos e nove meses”. Todos tinham muitos objetos (tampas de garrafa, sacos plásticos, cacos de vidro etc.) coletados na caminhada para levar a sala de aula, e o tempo todo as crianças reclamavam da quantidade de lixo que encontramos ao lado da escola.

O retorno foi bem proveitoso, as crianças registraram através de desenhos e da escrita suas observações e deixaram recados destacando o que podíamos fazer para melhorar essa situação, oportunizando a expressão de seus sentimentos e suas idéias sobre o tema de estudo. Confeccionamos murais de pesquisa, e iniciamos uma coleta de materiais recicláveis por toda a comunidade escolar, solicitando às pessoas que recolhessem caixas de papelão, leite longa vida, dentre outros materiais para utilizarmos em nossas atividades de artes.

Assim alunos, pais e responsáveis foram orientados em reunião pedagógica a realizarem a coleta desses materiais recicláveis e juntos com os filhos e trazer esses materiais para a sala de aula, a fim de construirmos uma grande maquete que reportava as imagens da Ponte de Todos Newton Navarro, o Rio Potengi e parte da praia da Redinha, além é claro do campo de futebol e dos barcos que dão vida a praia.

As lentes da Infância

Enquanto educadoras, buscamos novas estratégias de atuação. No entanto, enxergamos na Educação Infantil um leque de possibilidades de explorar as informações e possibilitar situações de aprendizado aos nossos alunos com o principal objetivo de conscientizar as crianças dos cuidados que devemos ter com o meio ambiente fortalecendo valores éticos de respeito e solidariedade com o próximo.
Então, resolvemos utilizar a tecnologia ao nosso favor e explorar a curiosidade das crianças com imagens que, ao nosso ver, podem parecer simples, mas que aos olhos das crianças são verdadeiros tesouros. Realizamos assim, nossas primeiras imagens de vídeo, onde a professora filmava várias situações das crianças em atividades, suas brincadeiras com os colegas, parque e momentos livres da turma e nos dias seguintes apresentava as crianças as imagens pela televisão na sala de vídeo. O grupo estava bem atento, encantado e eufórico! Eles apontavam para os colegas riam bastante, e muito entusiasmados explicavam o que tinha feito nas cenas anteriores. As professoras aproveitaram a situação para conversar sobre algumas atitudes e mostrar com o equipamento, como elas tinham feito para que as imagens da máquina fotográfica fossem parar na televisão.
Isso motivou o grupo a ter mais cuidado com algumas atitudes, principalmente no que diz respeito com os colegas. Mas você deve estar pensando e o Meio ambiente e Newton Navarro? Bom, essa fase do projeto foi importante para mostrar as crianças, as possibilidades de dizer para as pessoas o quanto nosso meio ambiente é belo e que devemos cuidar bem dele. Mas não apenas isso, os alunos tiveram a oportunidades de registrar, além das pinturas com tinta guache, as suas descobertas com o uso de máquinas fotográficas. Capturando imagens de várias situações, de pessoas trabalhando na cozinha da escola, do porteiro, da água desperdiçada pelos colegas no bebedouro do pátio da escola. Da frente da escola pichada pelos meninos de mau comportamento do bairro dentre muitas imagens que cada um escolheu.
Foi um momento significativo para as crianças percebemos que elas sentiam-se importantes e valorizadas com suas produções, assim pudemos partir novamente para as obras do artista potiguar que retratava esse meio ambiente conhecido pelos pequenos de uma forma lúdica e com bastante valor. Realizamos então as releituras de algumas telas e as pinturas foram construídas em pedaços de papelões coletados pelos pais e comunidade escolar.
Utilizamos, assim como Navarro pó de café e água para compor algumas imagens construídas pelas crianças, mas antes de qualquer atividade destacamos o quanto era importante está utilizando o material afim de não poluir ainda mais o meio ambiente, as crianças puderam criar e recriar formas de expressar sua arte, valorizando técnicas utilizadas pelo artista e o seu olhar de cuidado respeito com a natureza.
Destacamos as ações que devem ser providenciadas pela comunidade através de bilhetes e cartazes que mostravam o incômodo sentido pelas crianças quando se deparavam com o lixo nas ruas e em terrenos públicos.

Conclusão

Nesse trabalho, tivemos a oportunidade de observar com mais apreço o valores que as crianças são capazes de construir diante de problemáticas como as que foram apresentadas nesse estudo. Com este projeto de trabalho objetivamos unir a arte e o meio ambiente numa perspectiva de conscientização de nossas riquezas naturais. Possibilitando, por meio da pesquisa das obras do artista potiguar Newton Navarro, a apreciação de uma cultura rica em história, repleta de cores, formas e movimento. Destacando a beleza única de um por do sol as margens do Potengi. Tendo como principal propósito a reflexão e a conscientização de nossas crianças em preservar o Assim, entendemos que ao longo de todo o projeto, os alunos foram pesquisadores, sendo estes peças fundamentas para problematizar nossas ações de degradação com o meio ambiente e solucionar em pequenos gestos o gigantesco problema do nosso planeta o lixo, conscientizado a todos da importância de se colocar o lixo no lugar certo.
Através de seu inocente olhar infantil,conseguimos mostrar para nosso colegas e familiares o quanto é importante preservar as riquezas que a natureza tem nos dado. Ao consumir com consciência, nos tornamos agentes positivos de transformação, em que cada um estará dando um pouco de si para melhorar o mundo à sua volta.

Essas atitudes proporcionam momentos de reflexão e admiração pela vida. Em nosso dia-a-dia, deixamos de fazer coisas simples que são muito importantes para nosso equilíbrio interno, evitar o desperdício de papel o consumo excessivo de água, a poluição dos rios e mares ou ainda o papel de bala que alguns insistem em jogar. Dessa forma, estaremos nos reintegrando à vida, ao meio ambiente, ao planeta. E assim cada um pode fazer a diferença, tornando-se mais sensível ao meio ambiente e valorizando as produções culturais e artísticas de nossa gente que enxerga na natureza a fonte de mudança e transformação de uma sociedade mais justa para todos.


Referências

ARANTES FILHA, Elizete Vasconcelos. Devaneio do olhar: uma experiência de produção e leitura da imagem através do vídeo na prática pedagógica. Dissertação de mestrado. Dep. De Educação/UFRN/2004. P.185
ARANTES FILHA, Elizete Vasconcelos. NEWTON NAVARRO. O artista que virou ponte na cidade do sol.
http://elizetearantes.blogspot.com/search/label/Newton%20Navarro/
ARIÈS, Philippe. A História Social da infância e da família, R. J, Zahar, 1979.
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria da Educação Fundamental. Referencial curricular nacional para a educação infantil/ Ministério da Educação e do Desporto, Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1993. 3v.
COLL, César; TEBEROSKY, Ana. Aprendendo arte: conteúdos essenciais para o Ensino Fundamental. 1 vol. Editora Ática, 2002.
HARLAN, Jean D. Ciências na educação infantil: abordagem integrada. 7. ed. Porto Alegre: Artmed, 2002.
HOFFMANN, Jussara. Avaliação mito e desafio uma perspectiva construtivista. 34ª Ed. Porto Alegre: Mediação. 2004
NATAL (RN). Secretaria Municipal de Educação. Referenciais curriculares: Educação Infantil / Secretaria Municipal de Educação – Natal, RN: Secretaria Municipal de Educação, 2007.
REIS, Bia. Recriar dá mais sentido à arte. In: Revista Nova Escola. nº 184, agosto de 2005.
ROCHA, Viviane Monteiro da. Arte para enxergar o mundo. In: Revista Nova Escola, nº 174, agosto de 2004.
SMOLE, Kátia S. (org), DINIZ, Maria Ignez e CÂNDIDO, Patrícia. Coleção Matemática de 0 a 6 – Figuras e Formas; v.3 – Porto Alegre: Artmed, 2003.
________. Coleção Matemática de 0 a 6 – Brincadeiras infantis nas aulas de Matemática; v.1 – Porto Alegre: Artmed, 2003.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

SONHO DE CRIANÇA

Sonho de criança

Ficha técnica:
Roteiro/ fotografia/áudio
Heleno Cabral
Participação especial: Elizabete Medeiros
Edição/produção e direção geral: Professora Elizete Arantes
Sinopse:
Um professor cresceu ouvindo falar na Capital do Brasil – Brasília, e alimentou o sonho de um dia ir conhecer junto com a sua família. Infelizmente, as dificuldades do dia- a- dia afastaram-no do seu sonho, ora a falta de dinheiro, ora o nascimento dos filhos, ora mudança de emprego. Até que enfim, no ano de 2009, prestes a se aposentar pode realizar seu desejo junto com a sua família. Ele aproveitou o curso de stop motion para registrar a sua alegria em ser um turista na cidade tão sonhada.






O Jardineiro

O Jardineiro

Roteiro e edição de imagem: Liane do Rosário de Moura
Fotografia: Priscila Fernandes Delgado
Cenário: Karen Christina Pinheiro dos Santos
Modelagem: Maria Jaciara Matias dos Santos
Orientação: Professora Elizete Arantes
Sinopse:
Um jovem procura um telefone público para se comunicar com sua namorada. Observa que em frente à escola em que estuda tem um, porém, encontra-se todo quebrado pelos vândalos. Imediatamente tem a ideia de regar como se fosse uma planta. Enche o regador com água da torneira, coloca sobre o orelhão (irrigando) e percebe que o mesmo volta a funcionar. Moral da história: os meios de comunicação são iguais as plantas que devem ser cuidados.


terça-feira, 6 de abril de 2010

Riquezas do Mar

VINCENT VAN GOGH: A PLASTICIDADE E OS SENTIMENTOS DE UM GÊNIO INCOMPREENDIDO




Autora: professora SÍRLIA SOUSA DE LIMA


Mesmo nos dias atuais
Não é fácil viver de arte
Só quem tem boas condições
Levanta seu estandarte
E quem pode apoiar
Só pensa em lucros, não reparte

Vou contar para vocês
Tudo que aconteceu
Com o Vincent Van Gogh
Foi assim que se deu
A Holanda foi o país
Em que Van Gogh nasceu

O ano de 1853
É o ano de seu nascimento
Era pessoa bem simples
E sem muito provimento
Cresceu e foi trabalhar
Para ganhar o seu sustento


Foi vendedor de quadros
Em uma galeria
Era bem esforçado
De um tudo ele fazia
E chegou a trabalhar
Em uma livraria

E seguindo os passos de seu pai
Também se tornou um pastor
Nada o satisfazia
Aumentava a sua dor
Nenhumas das profissões
Nem mesmo ser pregador

Van Gogh então pensou
Teve logo uma pista
Queria largar tudo
Pensava em ser artista
Expressando sentimentos
Pelo seu ponto de vista

Os seus primeiros quadros
Retratam sua visão
Das pessoas trabalhando
Lá nas minas de carvão
Revelando a pobreza
De vidas de contrição

Pelas pessoas comuns
Tinha carinho especial
Pintar pessoas simples
Para ele era trivial
Expressões e traços fortes
Quase que angelical

Van Gogh era simples
Com ele não tinha bravatas
Tanto que chegou a pintar
Os comedores de batatas
Denunciando a pobreza
Não são obras insensatas

Ao pintar os quadros tristes
Van Gogh queria alertar
Era muito desigual
O mundo que ia pintar
Foi preciso ele morrer
Para o mundo se tocar

Como podia falar de cores
Emoções e alegrias
Se seu mundo era tão triste
Usava cores sombrias
Seus quadros encalhados
Suas vendas bem tardias

Numa bela tarde
Van Gogh conheceu
A arte japonesa
Logo lhe convenceu
Com a variação de cores
Tudo logo floresceu

Os quadros de Van Gogh
Passaram a ter outra textura
Usando as cores vivas
Foi mudando a figura
Foi pintando paisagens
Dando outra tessitura

Gostava de enviar cartas
Era amigo do carteiro
Escrevia ao Theo seu irmão
Pedindo-lhe dinheiro
Theo gostava de ajudar
Enviava o ano inteiro

As trocas de cartas
Fez surgir nova amizade
Com Roulin o seu carteiro
Ele tinha afinidade
Pintou ele e sua mulher
Com carinho e lealdade

Vincent queria um lugar
Em que as coisas pudessem acontecer
Queria viver da arte
Tinha que aparecer
Por isso foi à Paris
Muita gente conhecer

Aos pintores da época
Theo lhe apresentou
Émille Bernard,Camille Pisaro
Com Vincent conversou
Por eles não terem fama
Vincent desanimou

Vincent era inquieto
E já queria se mudar
Foi embora para Arles
Dos campos sentir o ar
Convidar outros artistas
Que queiram se integrar

Vincent queria
Fazer uma proposta
Conviver com os artistas
Teve não como resposta
Somente Paul Gauguin
Aceitou essa aposta

A convivência dos dois
Gerou muita discussão
O Galguin arrependido
Fazia reclamação
Resmungava o tempo todo
Causando irritação


Até que Vincent para agradar
Fez uma arrumação
Arrumou bem o seu quarto
Causando boa impressão
Pra agradar seu parceiro
Pra viver em comunhão

Galguin foi embora
Depois de uma discussão
Os sentimentos de Van Gogh
Traziam perturbação
Chegando a cortar a própria orelha
Quão grande era sua aflição

Depois que Galguin foi embora
Van Gogh se enclausurou
Sua pintura tão bela
Muito mais triste ficou
Mostrando toda agonia
Nos quadros que ele pintou

As pinturas de Van Gogh
São fortes tem expressão
Desde o brilho das estrelas
Pelo sol com seu clarão
Arvores que parecem chamas
Movimento é a intenção

Van Gogh aplicava as tintas
De um modo bem grosseiro
Sem misturar as cores
Do seu mundo passageiro
Ficava sem comer
Por não ter nenhum dinheiro


Um de seus últimos quadros
Eram corvos num trigal
Um a pintura sinistra
Demonstrando seu astral
Que estava deprimido
Este era um sinal

No ano de 1890
Van Gogh se antecipou
Tirando sua própria vida
Mas sua obra ficou
Só depois de morrer
A humanidade o interpretou